segunda-feira, 28 de março de 2011

Exercícios físicos ajudam no tratamento da osteoporose

A doença favorece fraturas dos ossos, mesmo sem traumas

Quando se passa dos 50 anos de idade, uma das maiores preocupações é a saúde. Muitas pessoas deixam para fazer exames e exercícios somente quando observam que estão envelhecendo e precisam se cuidar.

Mas a prevenção ainda continua sendo o melhor remédio para evitar complicações no corpo. Uma das queixas frequentes nos consultórios médicos é quanto ao enfraquecimento dos ossos.

Ao longo dos anos, ocorre uma diminuição da massa óssea com perda da densidade. A doença se chama osteoporose é o problema ósseo mais comum, afetando uma em cada cinco mulheres na pós-menopausa.

Geralmente, o enfraquecimento dos ossos ocorre de forma lenta e não causa sintomas, motivo pelo qual é essencial procurar saber se você tem ou se está predisposto (a) a ter osteoporose.

"Mulheres com mais de 50 anos e homens acima de 70 anos de idade têm maior risco de osteoporose e devem fazer exames de prevenção".

Causas
As principais causas da osteoporose são:
- a diminuição dos níveis de estrogênio nas mulheres (na pós-menopausa) e de testosterona nos homens;
- estar confinado a uma cama;
- artrite reumatoide crônica, insuficiência renal crônica;
- uso crônico de corticoides (prednisona, metilprednisolona) ou de anticonvulsivantes;
- hiperparatireoidismo (doença que causa alteração no metabolismo do cálcio).

Outros fatores que aumentam o risco são a história familiar ( mãe, pai ou irmãos com osteoporose), ter pele clara, baixo peso corporal, ser fumante e ter uma dieta pobre em cálcio.

Mulheres com mais de 50 anos e homens acima de 70 anos de idade têm maior risco de osteoporose e devem fazer exames de prevenção.

Sintomas
Não há nenhum sintoma nas fases iniciais da doença, porém a osteoporose avançada pode levar a dores ósseas, em especial na região lombar e diminuição da altura ao longo dos anos (isso se deve ao "achatamento" e fraturas dos ossos da coluna).

As fraturas são bastante comuns e podem ocorrer até mesmo sem trauma.

Exames
O exame chamado Densitometria Óssea mede a quantidade de osso que você tem e com ele prever o seu risco de fraturas no futuro. Ele deve ser pedido para diagnosticar e, também, para acompanhar a resposta ao tratamento.

"A osteoporose avançada pode incapacitar gravemente uma pessoa que sofreu uma queda e fraturou o quadril".

Tratamento
Visa reduzir a perda da massa óssea, controlar a dor e evitar fraturas futuras. Existem diferentes tratamentos para a osteoporose:

-Bifosfonados: são os mais usados para prevenir e tratar a osteoporose em mulheres pós-menopáusicas;

- Calcitonina: diminui a perda óssea e alivia a dor. Ela vem como um spray nasal ou injectável;

- Paratormônio: usado em casos especiais em mulheres com alto risco para fraturas;

-Raloxifeno: usado para a prevenção e tratamento da osteoporose. Parece reduzir o risco de fraturas vertebrais em 50%, mas não parece ser eficiente evitar fraturas de outros ossos;

-Exercício: exercícios regulares podem reduzir o risco de fraturas. Os mais recomendados são: exercícios com carga, andar, correr, jogar tênis, dançar. Deve-se evitar qualquer atividade que aumente o risco de queda, visto que pessoas com osteoporose são mais propensas a fraturar ossos em atividades de alto impacto;

-Dieta: ingerir diariamente pelo menos 1.200 miligramas de cálcio por dia e 800 UI de vitamina D3 (* a vitamina D ajuda o corpo a absorver cálcio). Alimentos ricos em cálcio : queijos, sorvetes, vegetais folhosos verdes(espinafre e couve), leite, salmão, sardinhas (com ossos), tofu e iogurtes.

- Hábitos: adote hábitos saudáveis. Se você fuma, pare. Diminua também o consumo de álcool .

- Prevenção de quedas: talvez tão importante quanto o próprio tratamento, evitar situações de risco de quedas é fundamental. Não abusar de calmantes e sedativos. Retirar do chão obstáculos como tapetes e fios elétricos. Usar barras de apoio em escadas e banheiros. Colocar piso antiderrapante em piscinas, escadas e no chuveiro. Ir ao oftalmologista regularmente para certificar-se que está enxergando bem, usar sapatos confortáveis.

- Expectativas: o tratamento pode ajudar a evitar fraturas, mas vértebras já fraturadas não podem ser curadas. A osteoporose avançada pode incapacitar gravemente uma pessoa que sofreu uma queda e fraturou o quadril. Estima-se hoje que cerca de metade das pessoas que fraturam o quadril não consegue voltar a andar de forma independente.

Tire suas dúvidas sobre a proibição aos remédios para emagrecer

Mariana Londres, do R7

Anvisa propõe banir certos emagrecedores, mas médicos se opõem

A batalha da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para banir do mercado brasileiro todos os remédios para emagrecer que atuam no sistema nervoso central (sibutramina e os derivados de anfetamina) teve mais um "round" nesta semana.

Em audiência pública – acompanhada por policiais federais fortemente armados em função de ameaças recebidas pelo presidente interino da agência, Dirceu Barbano – médicos e farmacêuticos apresentaram os seus argumentos contra a proibição. A Anvisa também teve o seu espaço para apresentar o relatório técnico que fundamenta a sua proposta de proibir a venda desses medicamentos.

A decisão deve sair no fim de março, ou "até que todos os argumentos tenham sido expostos e analisados", de acordo com Barbano. Para entender melhor a polêmica, o R7 elaborou um guia com perguntas e as diferentes respostas a elas.

Porque tirar os medicamentos do mercado brasileiro?

Anvisa: É a favor da retirada porque relatório da Câmara Técnica de Medicamentos aponta que os riscos cardiovasculares e psiquiátricos que os medicamentos trazem são maiores do que os benefícios. De acordo com os estudos, a perda de peso é pequena e só acontece no início do tratamento. O uso prolongado desses medicamentos traz poucos benefícios e grandes riscos.

Médicos: São contra a retirada porque defendem que os médicos devem ter autonomia para indicar o tratamento certo para cada paciente. Todos os medicamentos têm contraindicações, mas o problema, nesse caso, é que não há alternativas de tratamento. O médico, portanto, administraria os riscos do tratamento. Além disso, de acordo com os médicos, em muitos casos, o risco de não tratar um paciente obeso é maior do que os riscos dos remédios (risco cardíaco, aterosclerose, evolução à diabetes).

Quais são as opções de tratamento caso os remédios sejam banidos?

Câmara Técnica de Medicamentos: Há alternativas. A obesidade tem vários fatores e o tratamento não pode ser baseado apenas no medicamento. Tirar o apetite do paciente (efeito do medicamento) não irá resolver o problema. Mas acrescentar mais um fator de risco (o do uso do medicamento) a essa pessoa que já está com maiores chances de problemas vasculares não é indicado. Há recomendação internacional de que os riscos são muito maiores do que os benefícios.

Médicos: Se os medicamentos forem banidos do mercado, 15 milhões de pacientes que têm IMC (índice de massa corporal) acima de 30 e não têm indicação de cirurgia ficarão sem opção de tratamento.

Quais são os riscos do tratamento com esses remédios?

Anvisa: Os principais são o aumento de riscos cardiológicos e de distúrbios psicóticos.

Médicos: Há riscos importantes, que podem ser administrados, com análise do histórico do paciente e com o uso de várias terapias associadas. Nenhuma doença crônica é tratada com apenas uma terapia (medicamentosa ou não). É possível reduzir a dose dos medicamentos, juntá-los e ter uma eficácia muito maior e efeitos colaterais menores. Além disso, para alguns pacientes, o risco de não tratar a obesidade é maior do que a dos medicamentos. Um exemplo dado pelos médicos é que pacientes com risco cardíaco jamais serão submetidos a tratamento com sibutramina.

É possível uma decisão que não seja a retirada dos produtos do mercado?

Anvisa: Não, pois o uso desses medicamentos já vem sendo restrito (hoje é preciso a receita B2, que tem dados do comprador, do prescritor e da farmácia e vale por 30 dias). Mas o aumento da restrição não foi suficiente para reduzir o uso abusivo desses medicamentos e os riscos que trazem.

Médicos: Sim. A Anvisa tem que se restringir ao controle indiscriminado da droga. E isso ela tem condições de fazer. Já foram detectados os maiores prescritores dessas drogas no país e os conselhos regionais de medicina tomaram providências. A Anvisa deve controlar o uso indiscriminado do produto, mas tirar a oportunidade de o paciente se tratar e tirar a autonomia do médico é uma violência.

Beber com moderação diminui colesterol e o risco de problemas no coração

Álcool pode ser aliado da saúde quando usado com parcimônia, dizem especialistas

Camila Neumam, do R7

O uso moderado de bebida alcoólica pode trazer benefícios à saúde, segundo dois estudos desenvolvidos na Universidade de Calgary, no Canadá, divulgados nesta semana.

Em um deles, o professor Willian Ghali mostra que as pessoas que bebem moderadamente têm 25% menos chances de desenvolver problemas cardíacos, na comparação com indivíduos que sofreram ou morreram de doenças do coração.

Outro estudo, conduzido por Susan Brien, da mesma universidade, considera que o consumo moderado de álcool (até uma dose de bebida ou 15 g por dia para mulheres e até duas bebidas ou 30 g de álcool para homens) aumenta significativamente os níveis de colesterol considerado bom, o que cria um efeito protetor contra doenças cardíacas.

Para o endocrinologista João César Castro Soares, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), esses benefícios só ocorrem se o consumo for realmente moderado.

Para isso, ele indica como o ideal tomar diariamente uma dose de 40 ml de bebida destilada (equivalente a de um dosador), que pode ser uísque, vodca ou cachaça, ou 150 ml de vinho (uma taça) ou, no máximo, uma lata de cerveja. Se passar de uma dose de uma dessas bebidas, os benefícios citados caem por terra, abrindo espaço a problemas de saúde.

- Quando você bebe essa quantidade pequena de álcool, ela ajuda o organismo a diminuir o LDL, que é o colesterol ruim, e a aumentar o HDL, que é o colesterol bom, que protege o coração. A bebida tem ainda efeito vaso dilatador, que melhora a circulação.

Uva é o segredo

A uva presente no vinho, em especial, tem papel importante na prevenção de doenças cardíacas, segundo Ricardo Pavanello, supervisor da cardiologia do Hospital do Coração. Isso porque duas substâncias presentes na fruta – flavonoides e o tanino – inibem o entupimento das artérias do coração.

- [Pesquisas indicam] que o vinho protegeria as camadas mais internas das artérias [o endotélio], que é onde se formam as placas de gordura.

Nesse caso, a moderação, já tão reforçada pelos médicos, deve também ser cuidadosamente levada em conta por quem já te problema no coração e diabetes, explica Pavanello. Isso porque o álcool se transforma em glicose no organismo

- Quatro a cada dez pacientes cardiopatas são diabéticos. Então, recomendar bebida alcoólica indiscriminadamente para todo individuo que tem uma doença cardíaca é uma temeridade. Para o doente cardiopata, [o álcool] pode exercer o efeito protetor, desde que seja moderadamente.

O cardiologista frisa que a recomendação deve ser seguida somente para quem tem hábito de beber.

- Não se recomenda usar o álcool como tratamento para quem não tem hábito de beber. É até recomendável que se reduza em quem já bebe. O álcool aumenta a glicose e a glicose aumenta as triglicérides, que são gorduras, e isso é um perigo grande para o organismo e aumenta a chance de o indivíduo ter obstrução das artérias. Você vai surtir o efeito inverso se recomendar para todos.

Custo benefício

Para a diretora do Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), Marta Jezierski, o álcool em si não traz benefício à saúde. Ao considerar o efeito do vinho, ela diz que o suco de uva faz tão bem quanto a bebida alcoólica.

- O vinho pode até fazer bem, mas na balança do custo-benefício, o mal que o álcool faz, não compensa. Essa é a dose mínima que um ser humano pode usar para não ficar intoxicado.

Segundo Marta, o álcool é uma molécula muito pequena que tem o poder de lesar tudo o que “vê pela frente”, irritando mucosa, esôfago, estômago e, no longo prazo, causa acúmulo de gordura no fígado, que leva a uma doença chamada de esteatose hepática. Quando o ato de beber muito se torna frequente, há ainda o grande risco de desenvolver cirrose (nódulos no fígado que causam fibrose e impedem a boa circulação dos vasos sanguíneos no órgão).

A diretora do Cratod ainda salienta que o uso da bebida como tratamento pode piorar quadros de pessoas que têm sensibilidade no fígado.

- A bebida moderada não é para todo mundo e os benefícios para o coração não valem os malefícios. Do ponto de vista médico, é tudo dose de bebida. É bobagem dizer que uma é mais saudável do que outra.